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terça-feira, janeiro 27

Ano novo, Vida velha...

Diria mais: vida gasta!

Blogandulos, ainda não tive a possibilidade de ir ver este último filme com o Brad Pittaço, mas daquilo que conheço da história, não me parece nada mal - aliás acho que deveria servir de inspiração para os próximos progressos da ciência - reparem: quem não quereria chegar aos 25 anos com a sapiência dos 50 ou 70??


Além disso, a pujança - não há frio nem orvalho que nos tolha a vontade de levar a cabo a tarefa de facturar - e digo facturar porque convém manter alguma legalidade fiscal: hoje em dia 80% dos blogs são avaliados pelo Pacheco Pereira e daí até chegar o seu conteúdo a instâncias que não interessa é um ai - desde aguentar três horas a fazer a mesma carreira de autocarro para ver se encontramos aquele avião que vimos sair naquela paragem há dois dias atrás, até chegar ao ponto de tomar 10 ou 15 cafés por dia, só pra podermos ter dois dedos de conversa com a empregada, que é toda curvas. Uma coisa do género "era um cafézinho, fáchavôr" -1 minuto de intervalo - "obrigado" - mais 1,5 minutos, entremeando a golada com o virar de páginas do jornaleco local - "quanto é?" - cansadinho de saber que são 55 cêntimos - "obrigado, bom dia" - com um sorrizinho parvete que não levou a nada...mais uma vez.


E depois aquilo que realmente interessava - reparem, se como no filme, fôssemos ficando mais jovens, se tivéssemos a possibilidade de começarmos a trabalhar digamos, aos sessenta físicos (que corresponderia aos 10 psicológicos), chegaríamos aos 30 físicos como pujantes reformados, prontos pra gastar as reformas como deve ser - nada de 70% para medicamentos - ou, pelo menos, medicamentos de farmácia - só mesmo látex - aí sim, a vida faria sentido, que diabo!

Sinceramente, não me estou a ver reformado - aliás, acho que nessa altura melhor será já ter encomendado o caixote e o lugar debaixo da ponte, porque a concorrência vai ser renhida. Pensões, não vai haver - só mesmo para os que tiverem tido cargos no governo ou entidades públicas de difícil gestão, onde 4 anitos já dá pra garantir uns miles de euros futuros - por isso o melhor será ir abrindo os horizontes e começar a conhecer a realidade freegan, e ir apanhando um ventinho na tromba pra ir habituando....

Bom, mas voltando ao filme, era mesmo um excelente ponto de partida para a investigação científica - arranjar maneira de inverter o processo de envelhecimento celular, ou melhor, a cronologia do envelhecimento ."Não é a mesma coisa, pá?", perguntarão, ao que respondo "não, não é, reparem que no segundo caso aplico um termo de 2,5 € (antigamente designado de "500 paus"), que denota uma erudição muito mais credível.
Acho que vou ver o filme, porque me parece que isto de nascer velho e ir juvenificando (reparem no neologismo descarado, mas empregue com a propriedade que a prosa anterior me grangeou), terá certamente algumas desvantagens - bem posso apontar uma ou duas, só para ver depois se o filme me surpreende ou se, o argumentista foi por caminhos mais nobres e elevados.

Por exemplo, como se lida com o aumento da eficiência da próstata??? Já pensaram nas implicações disto? Um idoso sabe que se sentir vontade de tirar água do joelho (em inglês syphon the python), das duas uma: ou tem que ir logo ou então pode estar à vontade, que aquilo só de algália....ora se a situação se altera, isto é, se as funções corporais começam, digamos, a funcionar devidamente, então estes sinais de aviso deixam de fazer sentido - o pior é que primeiro que se nos habituássemos a isto poderíamos ter alguns dissabores - deixem-me elaborar: estamos na fila para comprar pipocas no cinema e surge aquela vontade de ir, do tipo "tem que ser já!"; ora em situação normal, como idosos, saberíamos:

1- que já não haveria tempo e, resignadamente, ficaríamos molhaditos mas quentes;
2- que é um falso alarme, por isso teríamos tempo para chegar a casa e usar a algália.

No entanto, na condição de jovens, estes dois cenários não se verificam, e o mais natural será:

1 - correr para o wc mais próximo e ficar sem pipocas (o que tira 80%da piada ao filme);
2 - pensar (erradamente) que está tudo bem  -o tal falso alarme- e, além de completamente molhados, iniciar uma girândola de libertação de gases ruidosos e olfactivamente ofensivos, enquanto a multidão tenta esquivar-se o melhor que pode. Isto seria para que não se perdesse a vez na fila, atenção).

Bom, seja qual for o desfecho, não me parece bom.


Há pouco, falei em pipocas. Isso lembra-me uma teoria que gostaria de partilhar convosco um destes dias.

Se me esquecer, lembrem-me, está bem?

Abracinhos!

Lopitus, the criticising bastard

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